sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Equação boi de piranha

Aprendi na faculdade na minha primeira aula de Sociologia que a mesma “estuda o comportamento padronizado da sociedade” e, por sua vez, “aponta soluções”. Diante de tamanha premissa algumas inferências me vieram à mente enquanto estudante que buscava uma licenciatura. Dentre elas: há luz sobre algozes que insistem em taxar a sociedade brasileira, e não categorias, como uma das mais corruptas do mundo.
O vento não as levou. Hoje, como professor, algumas lições se repetem com o velho jargão de longa data: uma sociedade melhor é possível. Como se não bastasse a convicção pessoal, ouve-se em discursos que norteiam intenções não segredadas que a educação é o grande caminho para uma sociedade mais “des-envolvida”. Como um pai que vê sua autoridade questionada pela mãe ao dar, o que seria a melhor orientação objetiva para seu filho, diante do que a vida já lhe ensinou, me sinto em xeque diante de algumas reflexões sobre ética e cidadania com meus alunos.
Não é raro alguns pupilos levantaram as mãos e decretar a elaborada sentença: “do que adianta todo o discurso desta matéria professor. No final cada um faz o que quer. Basta olhar os episódios atuais e não tão atuais de nossa política”. Nesse momento penso em minha colega de profissão, a professora de Biologia ao falar da família das Rutáceas. Quem sabe até diga que esta planta é cultivada quase em todos os jardins do mundo inteiro devido às suas propriedades aromáticas e talvez até para chá com finalidade de “acalmar”. Minha mãe, em seu senso comum que não é seu, mas herdado de minha avó e assim por diante, ficaria apenas com essa última. Agora pergunto: que sorte tem esta colega docente. A arruda dela é apenas uma planta. E agora, nas aulas de Sociologia, Filosofia, o que dizer de “Arruda” com letra maiúscula?
Toda premissa leva a uma conclusão. As imagens são evidentes e, pelas lógica comum e ética simples , uma conclusão meus alunos chegariam: “tá errado professor!” Por isso depois de um longo tempo em que o processo se estendia o embaraço deste pobre professor que vos escreve numa aula futura é inegável. A justiça julgou e chegou à conclusão que eram inocentes e podem seguir sua carreira política. Foi apenas um engano meu queridos! E o Joãozinho do fundo grita se a justiça está certa em agir assim. Nessa hora me lembro da colega de Biologia e a invejo porque ao mencionar arruda, ela apenas a define como uma planta aromática e que acalma. Quem sabe esta arruda referida, e que todos nós conhecemos, plantada no Planalto Central, que não é vazio, contrariando o poeta, não espante os maus espíritos.

Claudismar